2.7.14

Seja incrível.


Esses dias, estava conversando com uns amigos meu. Aleatoriedades, vida, brincadeira, vestibular, amor, amor próprio... Sou uma virginiana nata e adoro ouvir histórias e sentimentos alheios.
Eu gosto de entender pessoas. Gosto de comparar histórias, descobrir sentimentos... Sou a psicóloga da turma, sou o ombro que todo mundo chora.
Desilusão amorosas, infelizmente, são típicas. Dói e parece que nunca vai sarar... Mas sempre sara e e a gente sempre precisa desabafar um pouco para ver se dói menos.
Mas e aquelas dores que são só nossas? Que não é bem uma coração partido, uma perda, mas também tem aquelas dores quase inexplicáveis que voltam e meia ardem.
Aquela vontadezinha de sair da própria pele de vez em quando naqueles momentos em que nada parece dar certo e que todo mundo parece feliz menos você.
A gente tem essa mania boba, né? De achar que a grama do vizinho é sempre a mais verde.
Mas não é bem assim...

Quando eu era um pouco mais nova, eu era bastante insegura. Nunca me senti o suficiente. Parecia que o mundo inteiro era feliz e certo e eu era a única errada. Todo mundo vivia e contava história, eu era a quem via e lia histórias... Minhas amigas sempre foram tão bonitas, tão incríveis, tão cheia de vida e de história... Não era inveja, sabe? Nunca fui disso. Sempre tive amigas tão tão que ao invés de invejar, eu admirava e desejava secretamente ser tão tão assim e que chegasse logo o dia em que eu seria a contadora de histórias admirada, não a ouvinte admiradora.
É bobo admitir esse tipo de coisa. E só recentemente eu consegui admitir isso para mim mesma e agora pra você, seja lá quem for, que está lendo esse texto-desabafo. Aprendi que esse é um sinal de maturidade, admitir para si mesmo.

Passaram-se alguns anos e eu mudei a beça. A Gabrielle de alguns anos atrás eu digo que só existi nas fotos, aquelas que eu tenho muita vergonha. Mas ela ainda está aqui dentro de mim. Só que o espaço da antiga Gabrielle foi reduzido para dar espaço para uma Gabrielle nova, menos insegura e mais solta.
Umas das coisas que eu mais culpo é não ter tentado mais. Mesmo fazendo parte do grupinho, sempre me senti de fora. Não me sentia bonita, divertida, legal... Não me sentia o suficiente.  
Hoje eu vejo que eu sempre fui o suficiente. Nunca satisfiz todo mundo e Deus me livre disso, quem consegue? Aliás, o meu problema foi esse: querer satisfazer o mundo e não estar satisfeita comigo mesma.
Eu sempre tive as minhas histórias, mas sempre tive medo de tomar o centro e contar. Me escondia, me anulava... No que adiantou? Te digo, absolutamente nada. 

Quando enfim me recuperei dessa crise, comecei a ver as coisas mais claramente. E notei tantas mudanças...
Meu complexo de inferioridade foi definitivamente superado. Sou humana e tenho TPM, claro, ainda me sinto um patinho feio muitas vezes. Nesse exato momento meu cabelo está meio seco, minha unha está borrada e eu estou de camisola. Mas hoje em dia eu não me olho no espelho odiando cada parte de mim. Aliás, criei um ritual toda manhã de me auto-elogiar e me arrumar para mim mesma e não para alguém. Me aceito com todos os meus defeitos e qualidades.

Meu complexo de exclusão nunca existiu. Sempre foi coisa da minha cabeça. Sempre fiz parte do grupo, tanto que depois de anos, o grupo continua sendo o mesmo e cada vez mais forte. Hoje eu não tenho medo de dar minha opinião,( que por sinal, eles adoram e pergunta sempre!) e de contar uma história de uma quinta-feira qualquer que pode não ser tão incrível assim, mas é minha, eu vivi e isso que realmente importa.
Uma vozinha na minha cabeça parou de me culpar por não ter me permitido viver certas coisas. Hoje eu sei que por mais que eu não tenha agarrado totalmente as oportunidades e experiências, eu as vivi, mesmo que seja nos bastidores. A diferença é que hoje em dia eu prefiro a papel principal. Continuo amando ler histórias, mas amo ainda mais vivê-las e nesse momento estou planejando qual será a próxima.

Você deve estar se perguntando: E daí?

E daí que eu estava no blog Quintal de casa, que por sinal é um dos blogs mais legais-inspiradores-incríveis dessa blogosfera, e vi esse vídeo.
Confesso que tenho uma certeza preguiça de ver vídeos na internet, mas decidi ver esse e não me arrependi.
O vídeo é cristão e é aquele tipo de vídeo que toda mulher precisa ver. Mas na verdade, mesmo que o foco seja as mulheres, qualquer um pode ver e sentir a mensagem.
Muitas vezes nós nos sentimentos inferiores, indignos, insatisfeitos e achamos que isso só acontece conosco. Todo mundo tem seus complexos e questões mal resolvidas. E muitas das vezes, isso se arrasta por um longo tempo. Aquela voz parece nunca se calar, eu sei. Mas já tentou falar ainda mais alto que ela? Vai, grita!

Eu sou incrível, você é incrível! E não, isso não é um texto de auto-ajuda. É um lembrete.. 
É meio horrível dizer isso, mas eu sei que ver que alguém já sentiu mais ou menos o que você sente dá um certo alívio. Podem ser problemas diferentes, mas você não é o único com algum problema.
É tudo tão caótico que é tão normal se deparar com textos como esse. É tão normal ouvir queixas de uma pessoa que não se sente aceita, que não sente o suficiente.
E eu quis escrever isso para te dizer, seja lá quem você é e que tenha se identificado com isso, você é o suficiente. Seja quem você é e se alguém não gostar, esse alguém não vale a pena.
Eu mudei tantas vezes e tive dias horríveis, mas as pessoas que eu mais amo sempre me aceitaram, me ouviram ou puxaram a minha orelha.
Lembre-se: o normal é se sentir bem, com o mundo e principalmente consigo mesmo.

Ps: Eu sei que ficou um tanto confuso, mas quem é que não se sente confuso de vez em quando?!




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