9.1.14

Solteirice Vs Solidão.



Um amiga veio falar comigo. Conversa boba, como quem não quer nada. Ela disse que estava com saudades, não perguntou se eu estava bem (sim, eu estava bem), me perguntou novidades, respondi que estava meio parada ultimamente aí ela me perguntou sobre o amor, respondi que não tinha amor aqui no momento, ficou aquele silêncio meio constrangedor e acabou assunto. Pelo menos foi pela internet.
Sempre fui de preferir qualidade do que quantidade. Sempre fui de preferir um bom papo do que um rostinho bonito. Sempre fui de preferir a minha própria solidão do que não ter uma companhia de verdade. (Sim, Nietzsche)
O problema é que nem todo mundo entende isso. A maioria dos meus amigos namoram e o problemas de (algumas) pessoas que namoram é que acham que todo mundo deve namorar também. É como se ser solteira fosse algum tipo de doença contagiosa e se você ficar muito perto acaba pegando, por isso, eles querem te arranjar um namorado mais rápido possível. Calma galera, status de relacionamento é opção. Não, não estou com essa bola toda, mas não deixa de ser uma opção. Se eu quisesse ter um relacionamento mais ou menos, com uma pessoa mais ou menos, que eu gostasse mais ou menos, eu poderia ter. Poderia agora mudar meu status do Facebook e ganha curtidas e parabéns dos meus amigos por isso. Poderia sim. Mas, eu tenho uma mania de exigência. E não vejo isso como um defeito. Prefiro estar sozinha do que ter um relacionamento mais ou menos. Amor não é xícara que você pode encher pela metade, ou é amor ou não é. Xô meio-termo.

E eu sei que tem muita gente que pensa da mesma forma que eu, mas prefere sustentar um relacionamento mais ou menos por puro medo. Medo de ficar sozinho. Medo de ficar sem companhia pro cinema. Medo de perder um falso preenchimento. Tolice. Em um mundo tão individualismo no qual vivemos, as pessoas se iludem que um mero status de relacionamento pode trazer segurança. Creio que segurança está diretamente ligado com auto-confiança e isso é uma coisa que vem dentro para fora. É fazer as pazes consigo mesmo, é gostar da própria companhia, é chamar os amigos pro cinema ou ir sozinho mesmo (qual o problema?!), é pura aceitação.
Namorar é gostoso, demais! Ficar na cama juntinho de alguém sem fazer nada é maravilhoso. Mas sabe o que é mais maravilhoso ainda? É conseguir ficar na cama sozinho de cabeça calma e coração tranquilo, com um livro no lado ou vendo TV. É gostar tanto da própria companhia que ter uma companhia de fato, vire só um completo, é ser auto-suficiente. Não me joguem pedras, eu sei que ficar solteiro pode ser chato, mas veja bem, eu disse solteiro, não sozinho. Existem um abismo entre duas coisas. Ninguém é feliz sozinho, com certeza. É preciso família, amigos, conforto, educação e tudo mais. Amor é uma delícia, mas amor próprio é melhor ainda. O problema a ser discutido não é o amor, é o desespero por ele. É o desespero por querer preencher um vazio (que só pode ser preenchido por você mesmo) com um relacionamento que não seja tão bom assim.

Agora, vamos colocar as cartas na mesa? Amor próprio primeiro, namoro depois. Solteirice e solidão são duas coisas distintas. Namoro e solteirice tem seus prós e contras. Um relacionamento não é garantia de felicidade. Pessoas não são tapa buraco.
Estou solteira e realmente estou feliz assim. Desejo toda a felicidade do mundo para quem está namorando, mas enquanto eu não namoro, eu me divertido com a minha própria companhia. E o mais legal disso tudo? Posso ver Sex and the City de pijama toda descabelada. Ser feliz com outro é bom, mas ser feliz sozinho é uma dádiva para poucos e ainda bem que possuo essa proeza!


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