Coisas que eu quero.

Quero que a minha vida dê uma guinada, assim, logo, rápido. Detesto esperar, paciência definitamente é uma virtude que eu não tenho. Quero sentir mais friozinho na barriga, tremedeira nas pernas e até nó no peito. Quero sentir intensamente.
Quero sentir que as coisas funcionam e ficar feliz por isso. Quero sentir quando elas não funcionam e bolar mil ideias para concertar. Quero fazer planos bobos e grandes.
Quero aprender, de tudo um pouco. Cultura, culinária e educação. Mas não quero saber demais ao ponto de que isso suba a minha cabeça. Quero ter o prazer de descobrir uma coisa nova todos os dias e me encantar com isso verdadeiramente. Quero aprender a gostar mais do sol e ir mais a praia. Quero sentir a areia entre os dedos e correr sobre ela. Quero sentir calor e me refrescar na água gelada. Quero tomada água de côco e simplesmente não fazer nada. Quero sentir o frio e ficar arrepiada. Quero ver neve, chuva, gelo, tudo. Não ligo, vinte ou trinta anos, quero fazer anjinho de neve! Quero brincar na neve, mesmo morrendo de frio. Quero tomar mais banhos de chuva. Dançar na chuva, correr na chuva, beijar na chuva. Quero sentir aquele cheirinho de terra molhada pós chuva e café. Quero ler mais livros. Livros que me fazem sorrir e que me fazem acreditar. Livros que me emocionem ao ponto de chorar, de mergulhar na história ao ponto de sentir o que personagem sente e terminar a história anestesiada. Livros com histórias fascinantes e irreais. Quero apreciar e dar mais valor as coisas simples da vida. Quero parar de complicar tudo. Quero ser simples, ser leve. Quero sentir no final do dia que valeu a pena. Que o dia possa ser o mais cansativo que for, mas que valeu a pena. Quero sentir o gostinho de tarefa concluída e que as coisas estão se ajeitando.
Quero que essa inconstância e complicação, de vez em quando, me deixem em paz. Mas não me deixem completamente, porque fazem parte do que eu sou, mas de vez em quanto, assim, só um pouquinho, eu quero sentir que está tudo organizado e no seu devido lugar. Nada é tão complicado assim. É só deixar as entre linhas no lugar delas. É só parar de colocar acento onde não tem. Quero encarar as coisas de um jeito mais leve, ou jogar tudo para o alto, contando que eu tenha forçar para arrumar tudo depois. Quero ser eu mesma. Boba, mal-humorada, apaixonada e dramática. Quero acima de tudo liberdade. Liberdade sem condições, liberdade para alma. Quero continuar sendo racional, mas nunca deixando de ouvir o meu coração, porque afinal, é ele quer que tudo isso.