17.6.14

Um final nada feliz.

O quarto está aparentemente silencioso. Uma música baixa saí do som e me deixa melancólica. E hoje, mais do que nunca, meus pensamentos parecem se materializar e os meus medos não param de me encarar.
Ontem eu decidi arrumar meu quarto. Tirei roupas que não serviam mais, papéis antigos, arrumei meus livros em ordem alfabética... No final do dia, tudo já estava uma bagunça. Quando foi que me tornei tão desorganizada? Talvez quando me coração fica bagunçado, tudo também fica.

A música mudou, essa eu reconheço. Dreaming wiht a broken heart. Queria te vontade o suficiente para levantar e desligar, mas só me entrego e sinto. Da mesma forma que fiz a você.
É estranho pensar em como tudo começou e onde tudo nos levou. Me disseram que é melhor assim, aposto que te disseram também. Quem precisava nos entender além de nós mesmos? Criei um mundo novo para viver com você e acabei me desligando de todo o resto. Esquecendo do meu próprio mundo. Esquecendo de mim mesma.
As borboletas que surgiam entre um beijo e outro, deram lugar a um silêncio, que arde e queima. Primeiro foi se esgueirando entre uma briga e outra, agora é a único som que eu ouço. 

É isso que dá querer lutar com o coração. No fundo,  sei que esse não é o nosso momento. Mas nesse exato momento, tudo o que eu quero é você aqui. Com você aqui, eu poderia aceitar o silêncio, aliás, ele seria bem-vindo. Queria que você falasse com a sua boca na minha, de novo, e me teletransportasse para aquele nosso mundinho.
Ontem eu li que nós somos guiados pelos nossos sentimentos. Acho que eu já perdi as rédeas há tanto tempo que não sei como controlar tudo de novo. E isso me assusta, caminhar no desconhecido com você, tudo bem, caminhar no desconhecido sozinha é assustador.
A música muda de novo, agora é Breakway. Parece até mentira tudo isso, né? Mas as minhas músicas acompanham tudo o que eu estou sentindo. E tudo o que eu quero é achar um caminho que me liberte desse sentimento que me deixa assim, escrevendo coisas bobas numa tentativa frustada de colocar uma ordem no que eu sinto,  sendo que eu não consigo colocar ordem nem no meu próprio quarto.

Você ria quando eu dizia que gostava daqueles livros água-com-açúcar. É que neles é tudo tão fácil e eu tento acreditar que a vida também é assim. Neles, quando a protagonista está em dúvidas, ela anda por Paris e inesperavelmente ela encontra o cara, e uma troca de olhares resolve tudo, que evolui para um beijo ensurdecedor, afinal, o mundo desaparece ao redor deles, que por sua vez, leva ao final feliz.
Mas e as histórias sobre depois do final feliz? Ninguém escreve. Ninguém sabe. E eu tento entender.

O que isso tem a ver com nós? Eu sei que somos para sempre. Sei que mesmo que eu  atravesse várias vezes o oceano, conheça diversas pessoas, escreva diversos textos sobre tudo, sempre vou lembrar da gente. E sempre vou tentar entender o que aconteceu. Mas sei também que o nosso momento não é agora, e do jeito que eu sou azarada, talvez ele nunca chegue. 
Nós tivemos o nosso para sempre, mas o nosso final, não está sendo nenhum pouco feliz.

Um comentário:

 

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