27.12.13

O amor é lindo sim.



Por muito tempo eu culpei o amor devido as minhas relações amorosas desastrosas. Disse que trancaria o meu coração e jogaria a chave fora e eu o fiz. Meu coração estava quebrado por causa de um cara que me gostou de menos e eu gostei demais. Fechei a porta do meu quarto e tranquei o meu coração. Guardei na gaveta, em um lugar bem escondidinho, o mesmo lugar que fica o meu diário na minha época de patinho feio. Fechei o armário com chave e tudo. Pronto. Agora estou segura. Fui tão tola.

Quando ele chegou, eu jurei que era amor. Disse para as minhas amigas e para a minha mãe. Repeti mil vezes para mim que apesar desse jeito de ser, ele gostava de mim tanto quanto eu gostava dela. Que apesar dele não me ligar, não me procurar e eu ser sempre a segunda, terceira ou talvez sexta opção, no fundo ele gostava de mim.
No fundo? Talvez, bem lá no fundo. Em algum canto que nem bata sol talvez ele tenha gostado um pouquinho de mim. Só que isso não era o suficiente. Enquanto eu transbordava, ele era tão seco. Comigo sempre foi 8 ou 80, e com ele, era 0,00008. Quebrei a cara, bebi um pouco mais naquela festa, meu saltou quebro e eu perdi alguns quilos. Não preciso falar do choro, porque ele já fazia parte da rotina. Foram tantos tombos que a ferida não dava tempo de cicatrizar. Machucava sempre o mesmo lugar. E eu insistia em tirar a casquinha pra ver o quanto mais eu aguentava.
 Eu achei que não fosse passar, mas passou. Tentei voltar e concertar as coisas, mas é como dizem, lâmpada não se arruma, se troca por outra.  Sosseguei no meu cantinho, dei voltas em torno de mim, me achei e o perdi.

Uma vez me disseram que o amor, quando é o amor mesmo, dura para sempre, se não durou, é porque não era amor. Foi amor, até deixar de ser. Falando assim, é como se não tivesse havido momentos bons. Houve momentos bons, tanto que eu jurei pra mim e pra todo mundo que era amor, mas outros sentimentos sobressaíram, tais como, o ciúme, a angustia, o ressentimento, a raiva. Isso não foi amor, mas é que estava tudo tão embolado, tão misturado, que parecia que era amor. O amor não fere, não arde, não machuca e não dói. O que dói é aquele sentimento ruim que vem logo depois da briga, logo depois que ele some e parece que nunca mais voltar, logo depois que ele vai embora de vez e a gente tem que arrumar a bagunça toda sozinha.

O amor move o mundo, cura depressão e alimenta a alma. O amor que cuidar, que proteger, que fazer feliz. O que seria das nossas vidas sem o amor? Quando eu tranquei o meu coração, me sentia vazia, como um balão que após ser esvaziado ficar murcho. Amar e ser amada é um processo natural que ocorre por toda vida, talvez uma vez e dure por toda a vida. Vai saber.  Fechar o coração impede de sofrer, sim. Mas também impede de sentir. Impede de sorrir e ser feliz. Eu abro a a porta, mas olho da janela quem vai entrar, seleciono, olha no olho e procuro saber quais são as intenções. Quer ficar? Fica. Mas fica direito, mas sem fazer bagunça, porque depois, dá muito trabalho arrumar tudo isso aqui sozinha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 

Template by BloggerCandy.com | Header Image by Freepik